top of page
2015

Desaparecida

A convite da diretora italiana, Alessandra Vannucci, Romulo Bandeira criou a instalação que compôs o cenário do espetáculo “Desaparecida”, peça inspirada no “Diário da Prisão”, de Judith Malina, e de outras mulheres presas em regimes totalitários na América Latina. Inspirado na relação dos corpos físicos despedaçados pelos persistentes métodos para a imposição do silêncio sobre a democracia e o livre pensar, Romulo utiliza pedaços que simulam corpos de mulheres que sofreram a ação do fogo, da faca, de choques, do estupro e de surras, figurando assim um processo devastador que métodos de tortura têm sobre o ser humano. Ao utilizar o corpo feminino para ressaltar as cicatrizes deixadas pelos históricos tempos cíclicos de autoritarismo em sociedades modernas e contemporâneas do hemisfério Sul, denuncia a proliferação dos discursos de ódio e as formas abusivas de se trabalhar as relações de poder nas diversas esferas operacionais dos governos. “Seu trabalho integra uma encenação que procura instaurar um espaço de reflexão sobre a função de cura da arte, evocando o trabalho do Living Theatre, através de atuações performativas das atrizes Julia Carrera e Mariana Guimarães (pois, como é dito no texto, “o mal não pode ser expresso em palavras representadas"). Se o espaço cênico pode remeter a um limbo, evocando o que se ouve e o que se sente em um momento de extrema dor física, privação ou reclusão, a intenção é apresentar ao público a experiência de transformação das cicatrizes e do luto em memória redentora e atuante, convidando este público a mergulhar para além do senso comum”, explica a diretora do espetáculo. Sem explicitar esses atos, Bandeira consegue criar um ambiente intimista e envolvente que coloca o espectador-observador no centro reflexivo do tema. Com a proposta de uma instalação cenográfica que é construída durante a encenação pelas atrizes, “transforma o palco em um memorial de uma época, com elementos que seriam cúmplices da situação, ainda que inanimados. Ao final, é como se fosse um recorte de tudo o que foi enterrado na memória que é evocada”, continua Vannucci. “É preciso ter a coragem para buscar a verdade, mesmo que em toda parte ela seja sufocada; ter inteligência para reconhecê-la, mesmo que em toda parte ela seja manipulada; ter arte para torná-la eficaz como uma arma; ter discernimento e habilidade para difundi-la”. Esta frase de Bertolt Brecht traduz a instalação do artista.

IMG_6709.JPG

Instalação cenográfica | 2015

Manequins incinerados sobre cenário
Centro Cultural da Justiça Federal,

Rio de Janeiro

IMG_6785 alt.jpg

Instalação cenográfica | 2015

Composição de instalação

IMG_6762 alt.jpg

Instalação cenográfica | 2015

Manequins incinerados sobre cenário
Centro Cultural da Justiça Federal,

Rio de Janeiro

IMG_6720 alt.jpg

Instalação cenográfica | 2015

Manequins incinerados / oficina
Centro Cultural da Justiça Federal,

Rio de Janeiro

IMG_6601 alt.jpg

Instalação cenográfica | 2015

Manequins incinerados sobre cenário
Centro Cultural da Justiça Federal,

Rio de Janeiro

IMG_6758 alt.jpg

Instalação cenográfica | 2015

Manequins incinerados sobre cenário
Centro Cultural da Justiça Federal,

Rio de Janeiro

IMG_6741.JPG

Instalação cenográfica | 2015

Manequins incinerados sobre cenário
Centro Cultural da Justiça Federal,

Rio de Janeiro

Todos os direitos reservados ao artista Romulo Bandeira. ©2023

Desenvolvido por Flag - Dupla Fenda Escritório Criativo
Textos: MGS-CO Escritório de Projetos

bottom of page